quinta-feira, 21 de julho de 2011

O processo que vicia

Lucian Freud era um dos maiores pintores figurativos vivo. Pelo menos até hoje. Texto de sua  autoria publicado na Revista Serrote: 7.


Algumas reflexões sobre a pintura

Lucian Freud
Meu objetivo ao pintar um quadro é estimular os sentidos pela intensificação da realidade. Esse efeito depende da intensidade com que o pintor compreende ou percebe o objeto de sua escolha. Por causa disso, a pintura é a única arte em que as qualidades intuitivas do artista podem ser mais valiosas para ele do que o conhecimento ou a inteli­gência propriamente ditos.
O pintor torna real para as outras pessoas os seus mais profundos sentimentos em relação a tudo o que lhe é caro. Um segredo é revelado a qualquer um que olhar o quadro com a mesma intensidade com que ele foi concebido. Para isso, o pintor deve liberar os sentimentos ou as sensações que guarda e rejeitar tudo aquilo com que já está naturalmente envolvido. Essa autoindulgência é a mesma disciplina que descarta tudo aquilo que não lhe é essencial – e que cristaliza, assim, seus gostos. Afinal, os gostos do pintor devem ser fruto daquilo que, na vida, o deixa obcecado a tal ponto que ele não precisa se perguntar o que lhe cabe fazer na arte. É somente por meio do entendimento completo dos seus gostos que ele se liberta da tendência a encaixar tudo o que vê em uma concepção preestabelecida. Caso não tenha isso sempre em mente, ele vai passar a enxergar a vida pura e simplesmente como material para uma linha artística específica. De modo que vai olhar para algo e se perguntar: “Posso fazer uma pin­tura minha a partir disso?”. E assim sua obra acaba por se degenerar, já que deixa de ser o veículo de suas sensações.
(...)
Continua aqui: http://www.revistaserrote.com.br/2011/07/algumas-reflexoes-sobre-a-pintura


Eu, particularmente, gosto muito dos desenhos:








Um comentário: