
"(...) Além disso, não era ela uma mulher da sociedade, uma mulher casada, uma verdadeira amante, enfim?
Pela diversidade de seu caráter, alternativamente mística ou alegre, faladora, taciturna, arrebatada, indolente, despertava-lhe mil desejos, evocando instintos ou reminiscências. Emma era a apaixonada de todos os romances, a heroína de todos os dramas, a vaga "ela" de todos os volumes de versos. Achava-lhe nos ombros a cor de âmbar da "odalisca no banho"; tinha o colete pontiagudo das castelãs feudais; assemelhava-se também à "mulher pálida da Barcelona", mas era sobretudo anjo". Madame Bovary (Gustave Flaubert) - pg. 252
Foto de: Helmut Newton
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