terça-feira, 2 de agosto de 2011

Jules et Jim

Uma mulher para dois.

(Na voz de um narrador de Truffaut)

Ela achava que o segundo eram outros, quando o segundo estava dentro dele. 

Se por um ela sentia afeto genuíno, sobre o outro ela dizia, aos quatro ventos, que não havia igual  para preenchê-la e fazê-la feliz.

Ela era uma, ele era dois completamente distintos.

Ele era dois e ela era uma, e não tinha como separar a parte que lhe cabia.

Sendo uma, apenas,  ela só queria um.

Ela estava cansada e ele achava que ainda dava mais um pouco. Infelizmente, não dava.

"Entra no carro, comigo?" Ela falou para ele. "Preciso de paz ao seu lado. A sua outra parte cuidará de tudo depois."

2 comentários:

VW Nonno disse...

O carro para o abismo. Tão forte que aparece em Thelma e Louise, com igual impacto. Gosto das dualidades, dos seres que caminham com seus duplos. Tens certeza que és uma, em sendo gêmeos?

Dissolvida disse...

um dos meus filmes favoritos, mas só vi uma vez por me identificar demais com esses amores.
esse fim é lindamente triste...