Quanto tinha dois anos, os heróis de todas as histórias contadas antes de dormir eram animais. Quando tinha quatro, cuidamos do cachorro de um vizinho durante o verão. Eu o chutei. Meu pai me disse que não chutamos os animais. Quando tinha sete, chorei a morte do meu peixinho dourado. Fiquei sabendo que meu pai o havia jogado no vaso e dado descarga. Disse ao meu pai - com outras palavras, menos gentis - que não jogamos animais no vaso e damos descarga. Aos nove, tive uma babá que não queria machucar nada. Colocou as coisas nesses exatos termos, quando lhe perguntei por que ela não comia galinha com meu irmão mais velho e comigo:
- Não quero machucar nada.
- Machucar nada? perguntei.
- Você sabe que galinha é galinha, não sabe?
Frank olhou para mim: A mamãe e o papai confiaram os seus preciosos bebês a esta mulher estúpida?
(Comer animais - Jonathan Safran Foer - Ed. Rocco)
Um comentário:
Bela frase, mais um post-it.
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