terça-feira, 21 de junho de 2011

Achados em pequenos caderninhos

O que minha mãe fez comigo quando mais nova não se faz com criança alguma!  Nesses meses de arrumação profunda do quarto achei, entre muitas cartas com lições de vida, das mais variadas, (amorosas, ameaças caso eu continuasse a faltar ao Inglês, muitos textos e poemas traduzidos por ela mesma), uma pasta com quadros famosos que ela sugeria que eu colocasse o nome do pintor, o título da obra e o estilo à qual pertencia. Eu nem lembrava disso, até porque sou péssima com nomes, reconheço a obra e o pintor, mas daí aos títulos... Além das pastas com obras e as cartas, havia também recortes de jornal e revistas presos com clips e um papel onde era possível se ler: GUARDA! E li, e guardei, porque sou obediente.
A muitas coisas só damos valor quando somos mais velhos. Pode soar clichê, mas é verdade. A Grande Pasta de Pandora é uma delas. Fruto de uma época sem internet, tudo que há ali é de valor inestimável, pelo menos para mim. Porém, existe um ensinamento que não está na pasta, e que foi passado diariamente em um método semipavloviano: "Nunca se esqueça de levar um caderninho para anotar o que você vê. Não confie na sua memória, você vai esquecer".
Isso explica o eterno ataque dos caderninhos (válido para post it e adesivos de marcar página). Há uma profusão deles, de todas as formas e cores e em todos os lugares aqui em casa. Eu particularmente os adoro.

Esses dias achei o que levei quando viajei para Buenos Aires, e entre um garrancho e outro lembrei de um artista que vi no Museu de Belas Artes e do qual havia me esquecido por completo. Salve os ensinamentos, sem eles talvez ele tivesse se perdido, mas não! Tiro do papel e coloco no caderninho virtual. 

Guillermo Roux, pintor argentino nascido em 1929.

 "Juego interrompido 2ª vérsion", 1976

 "La visita", 1975

 "Lector a orillas del Paraná", 1986

"El lector",  (sem data discernível)

Neste link há uma entrevista legal com ele:

http://letras-uruguay.espaciolatino.com/aaa/castello_cristina/guillermo_roux_el_poder.htm

3 comentários:

VW Nonno disse...

Maravilhoso! Fui uma mestra severa, é fato. Mas sou aluna da aluna. Todos os dias. Ref. dedicatória: ora midget, ora giganta...

Dissolvida disse...

esse ensinamento do bloquinho é maravilhoso! eu não tenho esse habito, infelizmente, mas sempre compro caderninhos na esperança de criar o hábito!
sua mãe fez muito bem, e você virou uma mulher incrivelmente culta inteligente maravilhosa

Julia Liberati disse...

Responde meu e-mail!!!