« Le beau est toujours bizarre. Je ne veux pas dire qu'il soit volontairement, froidement bizarre, car dans ce cas il serait un monstre sorti des rails de la vie. Je dis qu'il contient toujours un peu de bizarrerie, de bizarrerie non voulue, inconsciente, et que c'est cette bizarrerie qui le fait être particulièrement le Beau. » (Charles Baudelaire)
segunda-feira, 9 de julho de 2012
Entre quatro paredes de azulejo
Espalha a substância viscosa com cheiro de frutas nas melenas. Desliga o chuveiro. Segura a embalagem de formato anatômico. Fecha os olhos. Escuta a vozinha que diz:
"And the oscar goes to...B. for the best non-story of love"
Abre os olhos. Esfrega mais um pouco o cabelo, desta vez lentamente. Olha para cima. Respira fundo. Fecha os olhos com força. Recita o discurso ensaiado:
" Essa é uma história que nunca aconteceu.
Essa é uma história que por nunca ter acontecido se tornou uma não-história.
Essa é uma não-história que chegou ao fim.
Essa é a minha história de amor.
Essa sou eu, e minha forma de amá-lo.
Esse é ele, e a sua forma de me amar.
Enquanto lembrar, eu a contarei para quem quiser ouvir.
Para que ela não se perca.
Para que ela de alguma forma exista.
Para que nossos personagens não morram.
Para que eu nunca a deixe ser esquecida.
Obrigada a todos que, de alguma forma, assistiram e torceram por um final triunfal. A verdade é que as histórias de amor são banais. Essa é só mais uma. A diferença é que nessa sou protagonista."
Abre a água. Fecha a boca, recusa as gotas quentes e salgadas misturadas com o xampu. Deixa escorrer a espuma do cabelo.
* Essa é uma homenagem aos três anos completados ontem.
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