quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Meus olhos não são castanhos

Ainda é fevereiro e o mês pede uma visita. Na verdade o mês não pede nada,  e eu não planejava viajar, mas domingo eu  arrumo as malas para trabalhar por dois dias e renovar meus votos  fraternos para este novo ano que ainda se inicia.  Em sendo essa viagem ainda em fevereiro, posso começar a considerar uma tradição. Foi assim em 2011, foi assim em 2010.
Dessa vez, assim com as outras, não vai ser diferente: o caminho vai ser o mesmo, e o hall do Ed. Marcus tem o mesmo cheiro de desinfetante há anos. Mentalizo que são só duas noites, que o acaso não esta comigo,  e que não estou sentindo falta. Tudo mentira. Essa movimentação não é simples e qualquer ilusão pode machucar. "Nada pode acontecer " - afirmo para mim mesma. "E se acontecesse?" – sugiro retórica. Se acontecesse, se os cosmos pregassem uma peça, ou os planetas se alinhassem gerando um campo magnético favorável para rompantes de emoção, eu não faria coisa alguma. Eu não saberia o que dizer, eu não tenho muito assunto para falar. Parada na sua frente eu passaria o polegar no seu lábio superior, e você conseguiria ler no meus olhos  a palavra saudade. Acho que eu chegaria perto do seu ouvido e diria baixinho “eu não presto, e você não vale muita coisa". Sim, acho que seria isso que aconteceria.