sexta-feira, 10 de abril de 2009

Sexta-Feira da Paixão

Neste dia, que carrega minha sina no nome, resolvi me confessar. Fazia tempo não me confessava. Vou à missa sempre e não comungo nunca. Não tenho controle nenhum sobre meu pensamento, o que me torna, pelo menos perante os meus olhos, um ser indigno da comunhão. Como é Semana Santa, é hora de cumprir meus deveres de boa católica e lá fui para PUC pensando no que tinha a dizer para o Padre. Cheguei e levantei minhas questões teológicas de praxe de católica mundana de 26 anos, que é, sem dúvida, o que mais pesa no meu credo. Até aí tudo bem, porque a confissão é justamente apontar aquilo que você julga errado e do qual você se arrepende. Arrependimento sentido, passamos a uma outra questão. Como dizer que perdi a razão, que fui consumida pelo sentimento mais irracional de todos que é a paixão, que fui contra o mandamento de " não cobiçar a mulher (no meu caso o homem) do próximo", que fui inocente em parte, por que não fui informada da existência da namorada e que pior de tudo ainda gosto e não me arrependo? Por alguns minutos achei que vinha a prescrição de pelo menos 5 passagens da Bíblia para me absolver e eis que fui surpreendida. O Padre em questão, que carrega o mesmo nome daquele que amei muito, disse que de fato sou inocente, que meu sentimento sincero é digno de doença e que nada posso fazer a não ser esperar passar. Perguntei: Mas quantas vezes não me peguei suplicando para que ele terminasse com ela e viesse até mim, não é errado? E ele disse que não, que esse direito eu tenho , só não posso ser a outra. Ufa! Eu não quero ser a outra e nem ele me quer como outra. Sigo nas minhas preces para esquecê-lo o mais rápido possível, só que agora sem culpa no cartório.

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