Me considero uma boa espectadora da vida. Minha analista dizia que eu deveria parar de observar e viver um pouco mais, no entanto gosto dessa posição de observadora do cotidiano. Esses dias vi algumas coisas interessantes. A primeira delas foi em um sábado, véspera de eleição em frente à minha casa. Teoricamente existe uma lei que não permite propaganda política nas ruas, 48 horas antes das eleições. Bom isso vale, mas não para o Eduardo Paes. Na Lagoa-Barra tinha um enorme galhardete no triângulo que separa as pistas. Era sábado de sol, voltava do salão quando vi um muquifo em volta daquele homem photoshopado, e eis que rolava um churrasquinho. Sim! um churrasco em família, com direito ao paizão passando uma bandeja de linguiça, enquanto a família sentada em cadeiras de plástico saboreava o prazer da refeição em conjunto. Achei isso incrível, deveria ter registrado o momento. Podem dizer que brasileiro é malandro, o que talvez até seja verdade, mas sem dúvida aproveitamos as oportunidades, e os pequenos prazeres. Digno de notinha na coluna do Ancelmo ou do Joaquim.
Hoje no ônibus, meu habitat natural, voltava da minha entrega frustrada do filme que adoro e que só existe em VHS (frustrada porque o cabeçote estava sujo e não vi o filme), quando entra o Solteiro no Rio de Janeiro. Fiquei observando aquele rapaz que parecia tão bonito e paquerador no filme, e que ali, neste sábado chuvoso no 583 parecia mais um desempregado no Rio de Janeiro. É a lei da comida dormida, o que parece gostoso em um dia pode parecer repugnante no outro (não que o cara esteja repugnante, mas não é nenhum prato do Mr.Lam). Além do ex-ator fanfarrão, entrou um grupo de chineses que estavam muito animados, e que obviamente tinham uma máquina e registraram o momento lindo que era sentar em um transporte coletivo! Ah o olhar do turista, como me encanta....
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